Abre no dia 03 de Dezembro a partir das 20h, a exposição “Quatro de Minas” com obras das artistas Ângela Meyer, Fátima Dutra, Eunice Vieth e Regina Muniz, que inicia a proposta de itinerância na região do Sul de Minas Gerais, do projeto apresentado no Espaço Cultural do Banco Central do Rio de Janeiro no mês de setembro de 2010. O projeto tem a curadoria do artista plástico e curador Ferrão. A exposição segue até o dia 15 de Dezembro, de segunda a sexta das 12h às 20h e aos sábados das 9 às 15h na Galeria Artigas / Secretaria Municipal de Cultura – situada à Av. Dr. Lisboa, 201, Pouso Alegre MG.
www.quatrodeminas.blogspot.com
Nas palavras de José Silveira, em sua crônica QUATRO DE MINAS SOB UM OLHAR CARIOCA, podemos ter uma idéia da exposição apresentada:
“Já era fim de tarde quando saí da estação do Metrô e caminhei pela calçada de pedras portuguesas da larga e centenária Avenida. A passos largos fui driblando aquelas pessoas que aguardavam nos pontos dos ônibus entre os pilotis em frente ao prédio onde prometera-me estar. Aproximei-me da porta principal, de vidro, que se abriu automaticamente, entrei. Abordado pelos seguranças, dei-lhes atenção; afinal haviam obras de arte sob seus cuidados, cumprimentei-os e disse-lhes o motivo da minha visita, que me encontraria com as ‘Quatro de Minas’. Indicaram-me então a direção do subsolo com acesso pela escadaria em meia lua à direita. No amplo salão iluminado havia uma grande e boa vibração no ambiente, de cores principalmente, e por todos os lados e ângulos; a pura e bela arte dos pincéis. A minha esquerda, ‘Mulheres Azuis’ recepcionaram-me, naquelas singelezas de rostos, todas belas, tons angelicais ornavam-nas, quase sopros de aquarelas que a Fátima as tinha posto ali talvez com a função de prender logo o meu primeiro olhar, e foi o que aconteceu com as mulheres V e IV, me apaixonei. Ainda não tinha me refeito da emoção e a Eunice me sacudiu, remexendo com lembranças da minha infância quando vi que essa artista propôs nas suas telas o ambiente rural, desenvolvendo sua técnica vivificando a natureza num colorido verdadeiro, bem notado ‘Na Lida’ com a feliz captação da expressão do duro semblante da mulher negra interiorana. Segui-a com o olhar ‘Na Beira Rio’, na nostálgica e calma vida da roça numa imagem original.
Depois; creio que como o meio de fixação da sua arte, numa seqüência em quatro tempos; ‘Na Escadaria da Matriz’ retratou um aspecto da época, talvez lá pelos idos anos 20, o modelo patriarcal de família. E depois; ‘Dona Ditinha’, ‘Alambique’ e ‘Congada das Gerais’, regionalismo impressionante numa explosão de cores acrílicas sobre tela. Ângela igualmente me impressionou pela paz transmitida em suas têmperas sobre madeira, pinturas de santos e anjos bem próxima ou a própria dos interiores das igrejas mineiras. Notei uma arte de quem se dedicou com esmero para o ápice em primoroso acabamento. A fé temperada com doce candura. Fechei o meu olhar com chave-de-ouro com ‘Santa Ceia’, uma rica proposta de expressões. Regina presenteou-me com uma pintura contemporânea de auto nível, ‘Menino do Rio’ é um exemplo grande. Em todas as suas obras senti a sua força artística. Traços firmados no preto e branco, mas que retratam com fidelidade vários aspectos do nosso cotidiano. Chamou-me a atenção a rudeza expressada em ‘Urubus em Festa’, e uma fiel leitura de favelização em ‘Quadro Negro’ e fechando com um excelente perfil social em ‘Na Luta’. Bem; viva a arte brasileira e as essas artistas maravilhosas que muito bem representam a mulher brasileira com seus dons. Apesar de eu não ser um crítico de artes, submeti-me a esse mister num cariz todo pessoal, em agradecimento ao convite recebido, e ao grande prazer que foi apreciar esses trabalhos de tão nobre arte. Ângela, Fátima, Eunice, Regina; obrigado. Parabéns ao curador Ferrão pela visão e aos organizadores da exposição”. José Silveira
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