Últimas Notícias

sexta-feira, 4 de março de 2011

BRAZÓPOLIS NA ÓTICA DE NEWTON

Revendo esta foto do largo da Praça da Matriz de Brazópolis descobri o segredo da verve singela e cativante do poeta Alfredo Noronha: “o coqueiro do Largo” – inserido nos versos do Hino à Brazópolis, composto por ele e musicado por Waldemar Pereira Mendonça, maestro da Banda Santa Cecília, nos idos de 30 a 40. Pena que pessoas, sem o espírito da acuidade histórica e da tradição, eliminaram a estrofe original porque o coqueiro fenecera.

Eis como seria a 4ª estrofe: (Apud – Euclides Pereira Cintra in “BRASÓPOLIS, do Litoral à Vargem Grande” pág 14)

...

4. O coqueiro lá do largo

É relíquia para nós...

Recorda ele os bons tempos

De nossos caros avós.

Refrão: Brasópolis, terra querida

Cidadezinha de luz

Brasópolis, miniatura

Da Terra de Santa Cruz...

A foto nos leva para um passado tão distante e tão próximo que faz aflorar a mais intensa saudade de nossa infância e juventude. “Recordar é viver” dizem todos os poetas; eu ousaria acrescentar que recordar é ressurgir (voltar a existir ou a viver) de um passado glorioso e usufruir a essência da vida nele vivida. Afinal, o que é o passado senão a soma dos momentos de alegria, de tristeza, de decepções e de vitórias que cada um de nós viveu e carrega como fardo, ora leve e risonho, ora triste e pesado?

Confesso que, revendo a foto, uma lágrima furtiva escorreu pelo rosto e lavou a minha alma. Foi um banho de saudade que fez muito bem à minha saúde espiritual.

Saudade, que palavrinha tão necessária, importante e única dentro do universo das línguas vivas.

“Sodade”, grito dos velhos escravos raptados do seio da querida “Mamãe África”.

Saudade, privilégio dos que amam e não esquecem.

Saudade, melancolia, tristeza suave e necessária que alimenta continuamente o amor à nossa gente, à nossa Terra Natal, às nossas coisas.

Além do coqueiro que nos embala os lapsos do passado, a gente pode ver a Bomba de Gasolina do Bar do Zé do Tronco abastecendo o Ford Bigode do coronel Henrique Braz Pereira Gomes; mais adiante a gente pode ver o Hotel Central, a casa do “Jucabrito”, a barbearia do Gustavo, a loja do Pedro Gomes, o bar do Geraldo e o requintado Chevrolet do Paulista.

Mas toda esta paisagem fica menor quando nossos olhos focam o galo fazendo pose para esta foto.

Quem será a menina de meio olhar com uma garrafinha de Guaraná nas mãos? Será que os dois meninos não estão armando uma cilada para segurar o galo?

Newton Alfredo Ribeiro de Noronha
Estiva, 18 de fevereiro de 2011

Nenhum comentário: